terça-feira, 24 de abril de 2012

Jogos Vorazes de acordo com Julie Jones



Jogos Vorazes (The Hunger Games, Suzanne Collins) dirigido por Gary Ross, teve estréia mundial no dia 23 de março e já virou febre- Sendo o terceiro  filme com a maior bilheteria numa pré-estréia.
A história se passa num futuro sombrio, no qual os Estados Unidos é dividido em 12 distritos mais a  capital, que cria os sangrentos "Jogos Vorazes" para impedir uma revolução dos distritos. Uma menina e um menino são enviados por cada um dos  distritos, e dos 24 participantes apenas um pode sobreviver.


Katniss Everdeen ( Jennifer Lawrence) é uma das participantes, entrando no lugar da sua irmã, e junto com Peeta Mellark ( Josh Hutcherson) faz de tudo para voltar com vida, e trazer a vitória para casa.

Apesar do elenco do filme ser muito bom, a atriz principal, Jennifer Lawrence, não é fiel a personagem criada no livro. Já Josh Hutcherson, como Peeta, não podia ter sido interpretado por outra pessoa, fazendo um trabalho incrível.

Algumas cenas foram desnecessariamente removidas e modificadas, podendo, apesar do tempo curto, ser mais fiel ao livro. Além disso, o filme pode ser meio confuso para quem não leu o livro, deixando partes sem uma boa explicação.

Apesar disso, o filme é imperdível para quem leu o livo e para quem gosta de uma boa história cheia de aventura, suspense e ação.

Julie Jones

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Oscar 2012 - Completo

Apresentada pelo humorista Billy Crystal, a noite no ex-Teatro Kodak não foi tão boa como o esperado. Ao invés das performances musicais de trilhas sonoras dos filmes indicados, como no ano de 2009, eles colocaram um coral cantando música que não entravam no contexto da premiação nos intervalos dos agradecimentos. A apresentação do Cirque du Soleil foi belíssima , sendo um dos pontos altos da premiação .
Então vamos ao que interessa, aos grandes ganhadores da noite:
O filme de Martin Scorcese, A invenção de Hugo Cabret, levou para casa cinco prêmios técnicos: Melhor fotografia, Melhor direção de arte, Melhor edição de som, Melhor mixagem e Melhor efeitos especiais. Ainda não assisti ao filme, mas pelas críticas que vem sendo feitas, que são muito boas, foi merecido todos os prêmios. Só achei que Harry Potter poderia ter ganhado algum prêmio pelo final da saga (estava concorrendo na categoria Melhor efeitos especiais), que aliás, foi campeão de bilheteria, mas Hollywood nem sempre nos agrada.
“Meia-noite em Paris” não ficou de mãos vazias, o categoria de Melhor Roteiro Original ficou para o filme com a excelente direção de Woody Allen e que merecia mais prêmios
O Artista, de autoria francesa, trouxe ao cinema o filme mudo dos anos 1927 na antiga Hollywood. E não saiu de mãos vazias! Levou o Oscar mais cobiçado da noite: Melhor filme. Além dessa grande vitória que veio ao final do evento e deixou todos de boca aberta por um filme estrangeiro ter vencido e não um americano, ainda foi prestigiado com as categorias de Melhor Diretor (Michel Hazanavicius), Melhor Ator (Jean Dujardin), Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonoro Original (Ludovic Bource).
A interpretação de Meryl Streep como Margaret Thatcher em Dama de Ferro não deixou dúvidas que a vencedora desse ano como Melhor Atriz seria ela. Mas como ela já perdeu tantos Oscar’s na vida, confesso que pensei que Viola Davis de Histórias Cruzadas venceria…Esse também deve ser um filme lindo de se ver, sendo premiado com o Oscar de Melhor Maquiagem (claro!).
E os Coadjuvantes? Octávia Spencer foi brilhando em Histórias Cruzadas e mereceu a estatueta de Melhor atriz coadjuvante. Christopher Plummer, o lendário de 82 e o homem mais velho a ganhar um Oscar, ficaram com o Melhor ator coadjuvante.
Melhor filme em língua estrangeira ficou para o Irã com A Separação como já estava previsto. Já a categoria Melhor Animação me deixou muito desapontada, pois o filme Rio não foi nem indicado e quem levou foi Rango, na voz principal de Johnny Depp.
Na categoria de Melhor roteiro adaptado, quem venceu foi o filme Os Descendentes de George Clooney que concorria ao prêmio de melhor ator. Melhor documentário foi para Undefeated (o filme conta as dificuldades do time de futebol americano, que tenta vencer uma temporada após anos perdendo).
Esse foi um prêmio que eu achei o mais injusto (acho que todos acharam isso). Os Muppets, aqueles bonequinhos feios que ficaram mais feios ainda, venceram a categoria Melhor canção original; e o único concorrente a altura era o Rio… Sim, o brasileiro que merecia ter ganhado e não ganhou.
Bom, para finalizar os vencedores de Melhor Curta-metragem foi The Shore S, Melhor Documentário(curta-metragem) foi Saving Face e Melhor curta-metragem de animação foi The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore, respectivamente.
Bom, agora só nos resta esperar para ver se na próxima edição vamos nos surpreender com um melhor espetáculo ou ficar com mais do mesmo.

P.G.R. Leal

Dossiê de Jeans - Completo.

O jeans começou a ser fabricado em 1872 em Nimes, na França. Muito populares na atualidade, as calças jeans evoluíram com o tempo e hoje são indispensáveis no mundo da moda. Tudo começou quando um século atrás Levi-Strauss criou roupas resistentes para mineiros nos Estados Unidos. No início foi tudo uma experiência. Levi Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía, deu-as aos mineradores e o sucesso foi imediato. Altamente resistente, as peças não estragaram com facilidade. Estava criado o jeanswear, o estilo reforçado de confecção, o qual foi originalmente destinado a roupas de trabalho.
O primeiro estilista a colocar os jeans na passarela foi Calvin Klein já na década de 1970. Podemos considerar que o grande feito do jeans foi a inclusão social do produto, tanto um simples operário quanto pessoas ricas usufruem do tecido azul.
Com o passar dos anos o jeans foi mudando de cor, de textura e de tamanho para agradar a cada geração e conquistando a população com o conceito de roupa despojada e do cotidiano, sem perder seu charme e elegância.

P.G.R. Leal

FELICIDADE CLANDESTINA - Palavra de Professor

Minhas leituras de Clarice Lispector sempre provocaram conflitos intimistas, mexendo com minha forma de ver e pensar o mundo. E foi exatamente esse sentimento que voltei a vivenciar quando resolvi reler Felicidade Clandestina. Clarice nunca se preocupou com as formalidades do exercício de ser escritora. Para ela o importante era a revelação da alma, dos sentimentos, conflitos e contradições que todos nós temos diante da rotina da vida.
Considerado um livro de contos, Felicidade Clandestina resgata as memórias cotidianas de Clarice na cidade do Recife. São vinte cinco contos com diversas temáticas, narrativas e comentários de cenas corriqueiras, aparentemente despretensiosas, mas que ganham um contorno especial de introspecção analítica, que só Clarice Lispector sabe fazer. E é essa a principal característica dos contos de Felicidade Clandestina, a revelação do tabuleiro que se impõe para o intrincado jogo de nossas vidas.
As ruas da cidade do Recife, o carnaval, a paixão pelos livros, os encontros e desencontros amorosos, a senhora adotada que depois foi abandonada, o garoto que queria ser amado, o ovo, a galinha ( o ovo e a galinha ), o primeiro beijo, a tentação e até Deus são temas de Felicidade Clandestina. Lendo esses contos, nos percebemos, quase que por acaso, refletindo sobre nossa essência. Clarice nos empurra para a eterna busca de sentido para as nossas vidas.
Felicidade Clandestina nos convida a pensar sobre aquilo que existe de universal na vida de todos nós. Convida-nos à reflexão, como no conto Restos de Carnaval: “...e então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa”, disse a garotinha entusiasmada pelo galanteio recebido de um garoto folião. Todos nós queremos ser reconhecidos. O reconhecimento é parte estruturante da nossa personalidade, do nosso ser. Esse movimento de autoconhecimento está presente em quase todos os contos do livro.
A professora e escritora Nelly Carvalho, em uma determinada entrevista, disse que o bom livro é aquele que depois de lido muda as nossas vidas. Seguindo sua orientação, posso dizer que Felicidade Clandestina é um bom livro. Cada conto lido nos provoca, amplia nossa inquietude, nos fazendo perceber que estamos vivos.
O título do livro, que também é um conto, já sinaliza uma provocação. Clarice exercita a epifania de uma forma impecável. Talvez o grande questionamento dessa obra seja o por quê da nossa felicidade ser “amparada” pela clandestinidade. Os contos de Clarice revelam a duplicidade de nossas vidas, a dicotomia entre o que é aceito e o que adoramos. Nessa vida nebulosa e superficial, optamos quase sempre pela clandestinidade na busca de uma felicidade acanhada, que tem medo de ser reconhecida, pois na maioria das vezes é pura contravenção.

Lula Couto

quarta-feira, 28 de março de 2012

Loucos e Santos...




Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.  
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.  
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.  
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.  
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.  
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.  

Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.  

Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de  

aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice!  

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.  
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. 



Oscar Wilde )



By P.G.R. Leal